Cheney morreu aos 84 anos devido a complicações de pneumonia e problemas cardíacos e vasculares.
Um dos vice-presidentes mais influentes e controversos da história dos Estados Unidos, Dick Cheney morreu na noite de segunda-feira (3), aos 84 anos, em consequência de complicações de pneumonia e de problemas cardíacos e vasculares. Cheney exerceu o cargo de vice-presidente durante os dois mandatos de George W. Bush, entre 2001 e 2009, sendo uma das figuras centrais na formulação da chamada “guerra ao terror”, lançada após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Foi um dos principais defensores da invasão do Iraque em 2003, sob a alegação de que o país possuía armas de destruição em massa — algo que jamais foi comprovado. Durante o governo Bush, Cheney travou embates com figuras-chave da administração, como Colin Powell e Condoleezza Rice, e apoiou o uso de “técnicas de interrogatório aprimoradas” contra suspeitos de terrorismo, práticas que mais tarde foram classificadas como tortura por órgãos internacionais.
Cheney acreditava que a autoridade da Casa Branca havia sido enfraquecida desde o escândalo de Watergate e, ao longo dos seus oito anos como vice-presidente, construiu uma estrutura de poder paralela dentro do governo americano. No ano passado, surpreendeu ao declarar apoio à democrata Kamala Harris, afirmando que Donald Trump não era “adequado para o cargo”. A sua filha, Liz Cheney, também se destacou como uma das principais críticas do trumpismo.
Ao longo da vida, enfrentou graves problemas cardíacos — sofreu cinco ataques cardíacos e, em 2012, passou por um transplante de coração, que considerava um “presente de mais um dia”. Antes de chegar à vice-presidência, Cheney ocupou cargos de destaque em Washington, tendo sido chefe do Pentágono durante a presidência de George H. W. Bush e responsável pela condução da Guerra do Golfo.
Com a sua morte, desaparece uma das figuras mais controversas e marcantes da política americana contemporânea, símbolo de uma era de decisões duras e de debates sobre os limites da segurança nacional e dos direitos humanos.







