Maputo, Moçambique – 07 de Outubro de 2025. A Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), companhia aérea de bandeira nacional, anunciou a integração de um novo Airbus A319 à sua frota, numa operação de aluguer temporário destinada a aliviar a pressão operacional e expandir as rotas regionais e internacionais. Esta medida surge no âmbito de um processo de reestruturação em curso, liderado pela consultoria Knighthood Global, e visa responder ao aumento da demanda por voos domésticos e conexões com destinos como Joanesburgo, Dar es Salaam e, possivelmente, novas paragens na África Austral. O avião, com capacidade para cerca de 140 passageiros, já se encontra em operação e representa um investimento estratégico para estabilizar as operações da empresa, que tem enfrentado desafios como a falta de manutenção de aeronaves e suspensões de rotas deficitárias.
A decisão de reforçar a frota com este modelo surge após a suspensão de ligações para Cabo Verde em abril e a redução de frequências para Lisboa no início do ano, medidas que visaram otimizar custos em face de prejuízos superiores a 21 milhões de dólares. Sob a liderança do presidente do conselho de gestão, Dane Kondic, a LAM tem priorizado a aquisição e aluguer de aparelhos Boeing 737 e agora Airbus, com um anúncio recente para a compra de até cinco Boeing 737-700 até junho de 2025. Esta expansão não só alivia a sobrecarga nas rotas nacionais, como Maputo-Beira e Nampula-Pemba, mas também reforça a competitividade da companhia no mercado africano, facilitando o turismo e o comércio.
Analistas do setor consideram esta iniciativa um passo positivo para a sustentabilidade da LAM, especialmente após o regresso à Câmara de Compensação da IATA em outubro, o que melhora as parcerias financeiras globais e a credibilidade junto a agentes de viagens. Com uma média de 915 passageiros diários, a companhia estatal – agora acionista maioritária de entidades como HCB, CFM e Emose – espera recuperar a confiança dos utentes e atrair investimentos, transformando desafios em oportunidades para um setor de aviação moçambicano mais robusto e integrado ao continente.







