Tiago Gouveia admite que a decisão de abandonar o Benfica no último mercado de verão pode não ter sido a mais acertada. O extremo português, atualmente emprestado ao Nice até ao final da temporada, reconhece que a chegada de José Mourinho ao comando técnico das águias poderia ter alterado o seu percurso na Luz.
Com pouco espaço na equipa orientada por Bruno Lage, o jogador de 24 anos optou por sair por empréstimo, num negócio que contempla uma opção de compra fixada em oito milhões de euros. No entanto, a mudança no banco encarnado levou-o a refletir sobre o que poderia ter sido diferente.
«Tenho de responder de forma direta: talvez não tivesse tomado a mesma decisão. Sou um extremo vertical e o mister José Mourinho parece privilegiar esse perfil. Jogadores como Lukebakio, antes da lesão, ou Rodrigo Rêgo, com quem até me identifico em termos de características, tiveram oportunidades», explicou o internacional sub-21, em declarações à Sport TV.
Tiago Gouveia sublinhou ainda que outros jogadores utilizados por Mourinho encaixam no mesmo modelo de jogo. «O Ivan Lima também é um extremo vertical. Olhando para as características que o treinador tem valorizado e para as minhas, acredito que poderia ter tido mais minutos do que aqueles que teria com Bruno Lage», acrescentou.
Apesar dessa convicção, a época tem sido particularmente difícil. O extremo ainda não somou qualquer golo ou assistência em 17 jogos realizados entre Benfica e Nice, refletindo também o mau momento coletivo do emblema francês.
Crise profunda no Nice
O Nice atravessa uma fase negra, acumulando nove derrotas consecutivas em todas as competições. A equipa ocupa o 13.º lugar da Ligue 1, luta pela permanência e já foi eliminada da fase de liga da UEFA Europa League, sem qualquer ponto somado, após derrotas frente a FC Porto e SC Braga.
O desaire mais recente, frente ao Lens (0-2), agravou ainda mais o clima de tensão. À chegada ao centro de treinos, os jogadores foram alvo de uma receção hostil por parte dos adeptos, que bloquearam o acesso e obrigaram o plantel a sair do autocarro.
«Foi uma situação dura. Fomos avisados de que estariam à nossa espera, mas o cenário acabou por piorar. Tivemos de passar no meio deles, um a um. Houve insultos e senti que ultrapassaram os limites», relatou o jogador, reconhecendo que o episódio deixou marcas no grupo.
Ainda assim, Tiago Gouveia garante que o foco permanece no trabalho diário. «Fica uma cicatriz, é inevitável, mas temos de seguir em frente. Continuamos confiantes e isso é o mais importante», concluiu.








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