Árbitros querem aumentar (e muito) punições aos clubes
A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) apresentou esta quarta-feira, em reunião com a Liga Portugal, um conjunto de propostas de alteração ao Regulamento Disciplinar das competições profissionais. O organismo liderado por José Borges sugere mudanças em mais de uma dezena de artigos, todos relacionados com atitudes e comportamentos de clubes e agentes desportivos sobre equipas de arbitragem.
Perda de pontos, jogos à porta fechada e, sobretudo, um aumento significativo dos valores das multas — em alguns casos acima de 100 por cento — são os principais pontos do documento entregue nas instalações da Liga, em Lisboa, ao qual o jornal A BOLA teve acesso.
Entre as novidades apresentadas estão a inclusão do conceito de “suspeição” — aplicável em declarações sobre arbitragem antes de jogos — e a referência a “árbitro ou familiar” no que respeita a coação. Outra proposta relevante é o alargamento da análise de denúncias caluniosas a órgãos de comunicação social detidos por clubes.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) já manifestou disponibilidade para aprovar rapidamente as alterações, caso a Assembleia Geral da Liga as aprove por unanimidade. O presidente federativo Pedro Proença comprometeu-se a convocar uma AG extraordinária para a ratificação imediata.
A proposta da APAF surge em consonância com episódios recentes. Num dos artigos sobre coação, é sugerida a inclusão de uma cláusula que prevê punição para tentativas de coação «quando o clube, durante o jogo, incluindo o seu intervalo, confronte ou exiba a qualquer elemento da equipa de arbitragem decisões suas desse jogo ou de jogos anteriores sem consentimento». Trata-se de uma clara alusão ao incidente denunciado por Fábio Veríssimo após o último FC Porto-SC Braga.
A revisão do regulamento poderá marcar uma nova fase na relação entre árbitros e clubes, com o objetivo de reforçar a integridade e o respeito nas competições profissionais.







