David Neres, extremo que trocou o Benfica pelo Nápoles no último mercado de verão, explicou os motivos que o levaram a mudar-se para Itália, após duas temporadas ao serviço das águias.
«Até àquele momento, tinha jogado em equipas de topo, mas não em ligas fortes como a italiana. O Nápoles deu-me essa oportunidade. Não pensei duas vezes, é um clube com um projeto», afirmou o atacante brasileiro em entrevista ao Corriere della Sera, ao justificar a sua decisão.
Neres recordou também o período conturbado na Ucrânia e a sua chegada ao Benfica: «Quando cheguei ao Shakhtar, senti-me muito bem, estava pronto e com De Zerbi treinei-me bem. Mas depois a guerra interrompeu tudo e houve um longo período sem jogos. Regressei ao Brasil. No início, quase senti que me tinha retirado do futebol, no primeiro mês diverti-me, depois comecei a aborrecer-me. Fiquei parado até aparecer o Benfica, pareceu-me uma eternidade», recordou.
Após duas temporadas na Luz, o extremo de 28 anos rumou à Serie A e deixou elogios a Antonio Conte: «Muito bom! Ele exige muito de cada jogador. Para mim é perfeito, porque quando um treinador não é exigente, tenho tendência para relaxar. Ele dá-nos a conhecer o melhor, estimula-nos e motiva-nos como ninguém.»
O brasileiro contou ainda um episódio marcante: «Tínhamos jogado um particular e eu não estava empenhado. Ele chamou-me à parte de forma clara e direta. Naquele momento percebi com quem estava a lidar e como deveria comportar-me.» Neres destacou ainda a intensidade dos treinos: «São os mais duros que já fiz. Corri mais nestes seis meses do que em toda a minha carreira até agora.»
Questionado sobre se é o herdeiro de Kvaratskhelia, respondeu: «Sou David Neres, nascido em São Paulo, que cresceu com o mito de Messi e Ronaldinho. O Kvara é um jogador de topo, fundamental para qualquer clube. Como pessoa e amigo, lamentei a sua saída.»







